Matéria do Jornal o Globo, por Débora Gares, em 05/06/2012

Rita Renha trouxe a técnica do GYROTONIC® para o Brasil e ajuda na sua disseminação pelo mundo.

RIO – Quando abriu um espaço na agenda para receber a equipe do jornal, a ex-bailarina e fisioterapeuta Rita Renha tinha começado a trabalhar às 9h. Daria aula até às 20h, com uma parada para o lanche/almoço de 15 minutos. À noite, ainda chegaria em casa para fazer a mala para uma viagem marcada para o dia seguinte à Fortaleza. Viagem de descanso? Longe disso. Passaria três dias ministrando um curso, atividade que arremataria uma semana iniciada com outra viagem, esta para os Estados Unidos, com a mesma finalidade.

Rita foi a primeira pessoa a trazer para o Brasil a técnica do GYROTONIC®, um misto de yoga, tai chi chuan, natação e ballet que já conquistou artistas como Diogo Vilella, Cláudia Raia, Totia Meirelles e Soraya Ravenle, e até altos executivos, como o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Criada nos anos 70 pelo ginasta romeno Juliu Horvath, a técnica combina força e flexibilidade, trabalhando conceitos de resistência e tridimensionalidade que servem tanto para a reabilitação quanto para o condicionamento físico de bailarinos, artistas e atletas.

RITA RENHA E A TÉCNICA DO GYROTONIC®

“Graças a essa técnica, minha filosofia de vida passou a ser o equilíbrio. Você aprende a escutar o corpo, treinando ele de dentro para fora. Se você conhece as suas potencialidades e movimenta todo o seu corpo, o céu é o limite “— garante Rita.

Para demonstrar a técnica que tantos benefícios lhe trouxe, ela não mede esforços: sobe sem cerimônias num pesado aparelho de madeira e ferro, dotado de pesos, cordas e roldanas e dá início a uma dança graciosa. De repente, parece estar nadando. Logo em seguida, faz um arremesso típico de golfe. Tudo com uma leveza que mascara os quilos movimentados em cada ação.

Rita conheceu a técnica em 1991, quando morava nos Estados Unidos e participava de uma versão americana do musical Cabaret. Durante uma apresentação, ela sofreu uma lesão no joelho e encontrou na técnica uma forma de se recuperar.

“Quando fiz pela primeira vez, me emocionei porque percebi que, com aquela terapia, eu conseguiria voltar a dançar” —, lembra ela, que seis meses depois, já estava fazendo novas audições. Em 1997, ela fez o primeiro workshop no Brasil. Em 2000, trouxe o primeiro equipamento, e, em 2001, fundou o GYROTONIC® INSTITUTO BRASIL. Rita ainda viaja muito para certificar profissionais da educação física e fisioterapeutas que querem aplicar a técnica no Brasil e no exterior.

Continuo usando o meu background de bailarina e até de diretora de teatro porque quando reabilito alguém, sinto como se estivesse colocando a pessoa de volta ao palco da vida.