Matéria para o Jornal Valor, por Janaina Vilella, em 12/2002.

Estica, puxa e dói

Método romeno alonga e revigora, mas é preciso ter resistência muscular

Há mais de um ano sofro com crises agudas na coluna. Volta e meia me rendo às mãos mágicas de um acupunturista para tirar das costas o peso das dores, resultado de horas (mal) sentada à frente de um computador. A preguiça de praticar esportes ou malhar em academias ainda dá uma forcinha nas intermináveis idas e vindas ao ortopedista.

O convite para testar o GYROTONIC EXPANSION SYSTEM® veio no momento certo. O método desenvolvido pelo bailarino romeno Juliu Horvath é indicado para pessoas com desvios, dores e tensões em geral. Entre os resultados esperados estão o aumento da resistência física do cliente, o realinhamento da coluna vertebral e o restabelecimento do equilíbrio da estrutura óssea. Tudo o que eu precisava.

Quando cheguei ao consultório da Fisioterapeuta Rita Renha, responsável por trazer a técnica de Nova York e disseminá-la pelo Brasil, dei de cara com um aparelho cheio de elásticos, roldanas e manivelas. Parecia um instrumento de tortura medieval. Confesso que fiquei assustada, com medo de efeitos colaterais ainda piores do que minhas já conhecidas dores do dia a dia. Afinal, sou uma sedentária de carteirinha.

A jornalista no GYROTONIC EXPANSION SYSTEM®, indicado para pessoas com desvios, dores e tensões em geral

Durante uma hora foi como se eu estivesse fazendo yoga, tai chi chuan, natação e ballet -detalhe- ao mesmo tempo. Juliu Horvath começou a desenvolver o método no início da década de 70. No começo, a engenhoca era voltada para bailarinos, que usavam o aparelho para alongamento. Adepto da yoga e tai chi, Horvath combinou os movimentos à respiração, base das terapias alternativas.

O princípio é simples: o professor busca, de acordo com a rotina cotidiana do aluno, trabalhar o ponto fraco do corpo, sempre correndo atrás do equilíbrio e do fortalecimento da musculatura. No meu caso, Rita priorizou movimentos de postura e alongamento, sem esquecer de combiná-los com a tal respiração. Os acessórios do aparelho levavam meus braços e pernas para as mais variadas posições, trabalhando todos os músculos.

Acabei a série de exercícios revigorada. E pensei, seriamente, em correr para a academia mais próxima para fazer matrícula. A postura impecável me deu a impressão de estar ainda mais alta do que meus 1,75m.

Mas a sensação de bem-estar durou pouco. No dia seguinte, parecia que eu tinha sido atropelada por um caminhão. Dores. Muitas dores. Prova de que os exercícios mexeram com todos os ossos e músculos enferrujados. Acho que vou ter que tomar vergonha e mudar meus hábitos.