Matéria publicada na Revista Donna, pela Redação, em 21/01/2011.

Conheça o aparelho que trabalha força, alongamento e consciência corporal.

Sempre que surge uma novidade que promete livrar os preguiçosos do sedentarismo e da flacidez e ainda por cima sem que eles precisem sequer chegar perto da academia, faz-se um reboliço. Promessas de que “dessa vez a coisa vai” é que o que não falta.

Pois aqui há uma boa notícia: O GYROTONIC® pode entrar na sua lista de resoluções contra a preguiça. De nome complicado e aparência de aparelho de tortura medieval, ele é considerado um exercício completo para o corpo e mais que isso, um forma de reeducação física. Trabalha força, flexibilidade, condicionamento físico, amplitude de movimento, postura e consciência corporal numa só tacada – ou sessão de uma hora, aproximadamente. E, além de tudo isso, pode ser a resposta para os indecisos sobre que modalidade escolher, já que mistura movimentos da natação, ioga, ballet e tai chi.

A SMT Rita Renha ministrando curso do método.

 

“Muito mais que um exercício, o GYROTONIC® é uma linguagem”, explica a bailarina e fisioterapeuta Rita Renha, responsável por trazer a técnica para o Brasil. Rita é uma ferrenha defensora do equipamento. Conheceu a engenhoca quando ainda dançava nos Estados Unidos e sofreu uma lesão no joelho. Foi assim que conheceu o trabalho do bailarino romeno Juliu Horvath, inventor da técnica.

“Ele era usado como um complemento no treinamento de atletas de alta performance e de bailarinos, mas eu vi nele uma forma de me recuperar da lesão sem ficar parada.” Quando voltou ao Brasil, depois de descobrir movimentos “que a gente nem sabe que o corpo é capaz de fazer” e se recuperar da lesão, Rita pediu autorização ao mentor para importar a técnica, e trouxe o GYROTONIC® junto com ela na bagagem.

GYROTONIC® é recomendado mesmo para quem tem lesões na coluna, ombro ou joelhos, como foi o caso de Rita. Portanto, com ele quase nada é motivo para ficar parado. “É uma ótima reabilitação para problemas como hérnia de disco e encurtamento muscular”, observa o fisioterapeuta Renato Augusto.

Idosos, crianças e grávidas a partir do terceiro mês de gestação também estão liberados para praticar a modalidade, que é bem “democrática”, como incentiva Rita. A diferença está no treino, preparado especificamente para cada caso e baseado nos objetivos e condições físicas de cada um. Inicialmente, o ideal é que as aulas sejam individuais: só o instrutor – geralmente um fisioterapeuta ou bailarino certificado – e o aluno. De forma alguma os movimentos no GYROTONIC® refletem as repetições monótonas que a maioria dos exercícios tradicionais de academia impõem.

O diferencial é o movimento em espiral.
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GYROTONIC® trabalha muito as torções do corpo.

Para quem tem pânico só de pensar naquela dorzinha muscular da academia, não pense que dá para ficar livre dela no GYROTONIC®. O trabalho em cadeia (vários grupos musculares ao mesmo tempo), típico da modalidade, não vai fazer com que você saia “quebrado” de uma aula, segundo Rita, mas a sensação de corpo trabalhado é inevitável.

A diferença pode ser sentida já na primeira sessão, segundo Renato Augusto: “Como mexe muito com a postura, a sensação é de que a pessoa está com um pedaço de madeira nas costas, que a obriga a ficar ereta”, compara o fisioterapeuta. Mas os apressadinhos que se segurem, porque a evolução é gradual, assim como ocorre em todas as modalidades na qual ele se baseia.

“É como ensinar uma dança. Os movimentos surgem aos poucos. Com o tempo, a pessoa vai adquirindo consciência do que ela tem que fazer e já nem precisa de ajuda”, explica a também fisioterapeuta Laisa Sandim. Segundo a profissional, com duas ou três sessões semanais, em dois meses dá para sentir a barriga secando e os músculos aparecendo – e sem ter vontade de pedir para sair.

“É uma forma natural de ensinar o corpo a chegar onde você quer que ele chegue, sem sobrecarregá-lo”, ensina Rita.

E Renato acrescenta: “Embora o resultado possa ser um pouco mais demorado, é também mais duradouro, já que o GYROTONIC® trabalha a força de dentro para fora. Primeiro a musculatura profunda e só depois a mais externa.”